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BEBER! RODAR!

Ao menos a gente tivesse a dignidade de não despejar as entranhas assim… Se há ocasião para dar voz ao que seja, talvez fosse o caso de falar do mundo que interessa. Como um jornal, em velocidade, variedade e veracidade imparcial, mas aprofundado como um mapa astral que inclua dicas quentes. A exemplo de uma ciranda ou quadrilha, os pares, a música, a birita, tudo faz rodar: eis a lei principal do mundo – enuncio-a aqui para vocês que já devem estar fartos do usual desabafo. Falarei do mundo! Me tragam o mundo numa bandeja. Estou sedenta de curiosidade.  Beber do mundo e rodar! É só o que me ocorre nesta sexta à noite… Na segunda, inaugurarei outra poética, mais introspectiva, mais psicologicamente sacada… Me perderei em mim, na segunda, num fluxo de tal modo labiríntico que ninguém terá o meu retrato ainda que escarafunche o palheiro todo… Na segunda! Segunda caleidoscópica será essa… Mas o caso é que hoje é sexta e estou para a indignidade de soltar meus cachorros ao invés de escolher e avaliar palavrinha por palavrinha. Eu podia, quem sabe devia, escrever um fragmento agora que é sexta… depois ir tomar umas cervejas ou vinho, tendo em vista que ainda é um inverninho ainda que indo e vindo. Definiria a minha poética de hoje assim: sexta, 23º,  fins de lua cheia, diga-se. E todo o desabafo alinhado aí, mesmo que eu bufasse mais que dissesse qualquer coisa, mesmo que eu choramingasse uns versos… Na segunda farei um auto-retrato com minha Samsung 27mm para compartilhar no facebook. Mas hoje é sexta, fins de lua cheia, 23º… tenho o peito estraçalhado… … …

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BEBER! RODAR! de Maryllu de Oliveira Caixêta é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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