Arquivo do mês: março 2009

DEFESA DO SÉRIO

Ser delicioso:

 

Cúmulo do engajament…

MENSAGEM F(R)ICCIONAL

Para ti, para São Paulo

É bonito que um belo espírito sorria para si mesmo e é um momento sublime aquele em que uma grande natureza se considera tranqüila e seriamente. Mas nada supera dois amigos que vislumbram um no outro, clara e plenamente, o que há de mais sagrado na alma do outro e aos quais é dado, na felicidade partilhada de seu valor, não sentir seus limites senão pela complementação do outro. É essa a intuição intelectual da amizade.

Schlegel

Querido,

Fiz de ti o espelho

Onde tenho refletido

Meus defeitos

À distância.

Dei para rasgos líricos

Sem pejo

De que confundas

Meu desejo

Oh minha mentira

Com teu próprio espelho

Em que me vejo.

Ah! Terei de ser eu

A ponderar as diferenças

Entre as imagens e as coisas?

Só para que não te machuques

Oh muso

Conseqüente?

Porque eu tenho

Meus macaquinhos bem

No sótão…

Intento contra as sutilezas

Pela virilidade

De minha verve.

O amor é outra coisa.

O amor é aquele beija não beija

De que Carlos sempre me alerta.

O amor é isto, Maryllu.

Nunca me canso de repetir.

Porque assim

Ao menos

Aponto

Algo

Trágico

Para quem se lembrar bem de Carlos.

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AI O AMOR, O AMOR, O AMOR…

Eu é que não sou o herói
Babo de medo
Tenho lá alguns impulsos que me manifestam
Quando bebo.
No mais, faço fita,
Pura fita.
Ainda, sublimo preconceitos por instintos,
E toda a gente temerosa me aplaude e,  oh Deus, me acredita.
Mais que isso, quero um amor absoluto
Se eu também desisto, ai, nada me faria sentido
E o pior, perco o assunto:
Ai o amor, o amor, o amor…
Sem ele, adeus colorido, charme, desapareço, ínfima e preservada.
Fico para semente.
Inventarei o amor nesse ar de praça
Onde a covardia alcança o sonho
Entre o lugar e o Incomum.
Inventarei o amor
No atacado e no varejo.
Não, não…
O amor deve ser um pássaro
Rebelde que me estapeia a alma
Sopra e lambe.
O amor deve ser um pássaro
Rebelde que de tão rebelde
Só decola proibido
Ou impossível…
Ai, ai, ai…
Babo de medo.

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AI O AMOR, O AMOR, O AMOR… de Maryllu de Oliveira Caixeta é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NoDerivs 3.0 Unported.
Based on a work at www.maryllu.wordpress.com.

NO PONTO

Instintos vagos

Debilidade de raciocínio

Impulsos irrefreáveis.

O que me trouxe aqui ?


Olha o ônibus.

FILHA DO CÃO

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Ser entre os outros
Sempre de passagem…

Que eles são isso e aquilo.

Então
Choro e tenho de rir

Do
Que
Ninguém
Entende, tão bem…

Eu, que não entendo, ninguém,
Que me interessa
Sair discretamente pela portinhola dos fundos sem expediente,
[honorário ou destino.
Que temo
Permanecer aí
Também no lugar do
Desencontro.

Tudo tem de ser isto:
Ou jogo ou nada!

O que é a casa?

À parte,
Eu e Schopenhauer
Passamos considerando
Que os cães são imprescindíveis
À gente.

Mas,
Alguma casa não sendo
Nunca para mim
Como um cãozinho estar sempre lá
Para a alegria
Pura e simples?

O cão me latia:
Pega!
E eu pegava.
Senta!
E eu sentava.
Toda vez que ele chegava
Eu latia
Abanava o rabo
E era inteira.
Então,
Para não estar sempre só na companhia de plantas apáticas
Sou entre gatos
Que morrem – atropelados, envenenados, epilépticos –
Ou fogem.

Vivo e morro de amor por eles
Sempre despedaçada

À razão do desencontro!

Abano o rabo aos gatos
A vida toda com eles exclusa.

Eis de que o desencontro
Me acusa, solene:
– És um cão que mia!
Rondo com os gatos,
Subo nos muros,
Caço ratos
E só penso em mim

Toda vida espreguiçando
Ou lambendo o pêlo.

Mas este uivo é que não pára!

Caminhamos pelo beco em que me servem as sobras
De um cãozinho de dentro.

Eu e meu Schopenhauer
De bolso –

Que a vida é sempre agora

O que me chega.

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FILHA DO CÃO de Maryllu de Oliveira Caixeta é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NoDerivs 3.0 Unported.
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Poeta ?

 

Será que eu ainda sou poeta ? Faz uns dias que não escrevo um verso sequer. Ele está cá dentro e não quer sair. A poesia desse momento continua invadindo minha vida inteira. Mas no meio dessa bagunça de mudança, net cortada, quilômetros pra pedalar de bicicleta, a poesia tem me encontrado na rua, só… E quando leio “Manuelzão e Miguilim” choro, antes de dormir, exausta, no meu novo quarto barulhento. Os carros passam brrrrrrrrrrrrrmmm !!!!! Pra quê tanta pressa, meu Deus ? Ê ê ê ê São Paulo… Nesse estado, ficaremos em que estado ? Cenas do próximo capítulo.